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Como lidar com a Inveja e o Olho Gordo

  • Foto do escritor: Taís
    Taís
  • 17 de nov. de 2020
  • 4 min de leitura

Você pode ouvir este texto pelo vídeo abaixo:

Faz muitos anos que penso sobre a inveja na tentativa de entender esse bicho e escapar dos seus efeitos, principalmente quando vem de gente muito próxima, incluindo amigos e familiares. Já tentei várias técnicas e mandingas para escapar, como banhos de ervas, deixar alho em casa e no trabalho, colocar uma pedra turmalina no umbigo e muitas outras coisas…


Tinha esquecido do assunto, quando assisti à live “Como se defender do Olho Gordo” da médium Mônica de Medeiros uns dias atrás. Ela conta que a inveja mais leve ou “branca” é aquela em que a pessoa fica triste por não ter ou fazer algo que outra pessoa tem ou faz. Quando é mais pesada ou “escura”, chega no ponto em que a pessoa fica com ódio e deseja o mal de quem tem ou faz algo que ela queria.


Minha dificuldade em lidar com a inveja dos outros foi tão grande que, sem perceber, em algum momento da minha vida eu comecei a me auto sabotar para parecer cada vez mais “nada especial”, na esperança tola de que não seria mais invejada. E mesmo quando minha vida estava toda torta e eu me sentia no fundo do poço, não é que ainda assim eu encontrava gente me invejando?! Mas dessa época veio um grande aprendizado:

Pessoas muito invejosas arranjarão um jeito de lhe invejar, independente do que você faça. Você não tem como mudar os outros, apenas você mesmo.

A Mônica de Medeiros disse também que um cientista procurava gente para fazer uma pesquisa sobre inveja e foi super difícil encontrar, porque ninguém assumia que a tinha. Isso me lembrou como é muito comum termos dificuldade de assumir que sentimos coisas “feias” ou de “baixa vibração” ou como queira chamar. Por essa dificuldade, tentamos desconectar ou esquecer o mais rápido possível que sentimos algo que não era legal. Não faz muito tempo que eu comecei a perceber quando fiquei triste por ver alguém que faz ou tem algo que eu queria. São coisas comuns que podem facilmente passar despercebidas no dia-a-dia. Por exemplo, fiquei triste quando soube de uma amiga que fez uma viagem super legal que eu queria ter feito, mas que não dava para encaixar na minha vida com filha, cachorros, gato em que às vezes falta também tempo ou dinheiro.


Há algum tempo comecei a treinar para perceber os sentimentos ruins que me apareciam e mentalmente fui reconhecendo que eles existem e fui nomeando cada um deles, só para mim mesma, sem dizer nada para mais ninguém. Conforme o tempo foi passando, fui melhorando em perceber esses sentimentos e pensamentos chegando. Ao longo do dia, em vários momentos me digo “Esse sentimento é vergonha”, “esse é medo”, “esse é raiva”, “esse é culpa”, “esse é arrogância”... São geralmente momentos muito breves que podem me escapar se eu não prestar atenção. Mas agora que eu sei que eles existem e percebo em que contexto apareceram, consigo lidar com eles.


E um efeito colateral interessante aconteceu: quanto mais habilmente reconheci os sentimentos de baixa vibração em mim, mais fácil foi perceber esses mesmos sentimentos nos outros. Eu ainda não consigo identificar instantaneamente as pessoas muito movidas pela inveja, provavelmente porque elas são bastante hábeis em esconder de si mesmas o que sentem. Mas tenho demorado cada vez menos tempo. Então minha primeira sugestão para você é:

Observe a inveja em você mesmo e assim você conseguirá mais facilmente perceber nos outros.

Agora falarei das mulheres, porque é o mais comum na minha vida, mas tudo se aplica a homens também. Quando chego no ponto de identificar as invejosas, percebo que elas têm algumas coisas em comum: geralmente são pessoas inseguras e de baixa auto-estima que muitas vezes mascaram isso sendo arrogantes. Algumas invejosas são também muito sedutoras e te manipulam para se aproximar e se tornar grandes amigas. Mas se você prestar atenção, perceberá que essa amizade era meio forçada e você intuitivamente sabia disso desde o começo. Mais lá na frente, você descobre que essa sua suposta grande amiga de alguma forma começou a lhe roubar algo, que pode ser uma ideia ou dizer que fez algo que na verdade foi você que fez ou pode ser que ela se interesse pelo seu marido ou tente se aproximar da sua irmã enquanto ao mesmo tempo cria intriga pra te afastar dela... Mas quando a ficha cai, você também percebe que ela te conhece bem o suficiente para causar grandes dores se você desmascará-la… Só que nesse ponto não tem muito mais o que você possa fazer, além de por o cinto de segurança e se preparar para o impacto… A saída de uma grande invejosa enraizada na sua vida pode ter efeitos devastadores no trabalho e nas suas relações pessoais, mas eu realmente acredito que em algum momento é preciso arrancar o mal pela raíz para começar a curar essas relações insanas.

Pra mim, tirar esse tipo de gente do meu convívio, representa criar barreiras saudáveis.

No ponto em que estou, já sou capaz de perceber quando alguém tenta forçar uma amizade - que só agora entendo que é o primeiro aviso. E o afastamento das invejosas tem sido bem menos traumático.


Voltando lá na pesquisa sobre inveja que a Mônica de Medeiros falou, deu trabalho encontrar as pessoas pra pesquisa, mas olha que interessante: o cientista descobriu que a inveja ativa no cérebro a área da dor, ou seja, sentir inveja literalmente dói. Por conta disso,

Quando você sente inveja, sabendo ou não, comunica todo seu sistema energético de que o que você inveja é ruim e inconscientemente você começa a se sabotar para afastar aquilo que te traz dor.

A forma que tenho revertido essa auto sabotagem, que é minha segunda sugestão para você, é primeiro reconhecer sua inveja e depois conscientemente escolher mudar como encara essa situação. Na prática, funciona assim, por exemplo, eu fiquei triste porque uma amiga fez uma viagem que eu queria fazer e não posso por qualquer razão. Assim que eu percebo essa tristeza, eu conscientemente escolho mudar meu pensamento para “Que legal que fulana fez essa viagem! Se ela pode fazer essa viagem, eu também posso!” E conscientemente escolho ficar feliz com as fotos e com o relato da viagem. Mesmo parecendo forçado no começo, é uma forma de transmutar a inveja em admiração. Isso é importante, porque

Tudo aquilo que você inveja, te dói e você afasta da sua vida. Mas tudo aquilo que você admira, você atrai para sua vida.
 
 
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